Deitei-me  no final da noite
  mas  o sono não quis chegar,
  um  pensamento, qual um açoite,
                    o  descanso insistia em me negar.
                  Esse  pensar era a lembrança
                    daquele  beijo que a fez corar,
                    quando  disse não, por folgança,
                    ao  meu pedido para namorar.
                  Foi  um beijo rápido, na raça,
  que  revelou uma magia incrível, 
  ficamos  imaginando ali na praça,
  porque  aquilo foi tão aprazível.
                  Mas  você logo me esbofeteou
                    e  saiu dali dizendo me detestar,
                    em  meu rosto fogo você ateou,
                    porem  eu que causei o mal-estar.
                  No  dia seguinte, que espanto,
  você  enviou-me um recado,
                    queria  encontrar-me no canto
                    em  que havia me atacado.
                  Fui  pensando em me desculpar
  por  aquele ato tão inesperado,
  mas  você disse não me culpar
                    e  que o tapa foi algo exagerado.
                  Uma  conversa amistosa e franca
  entre  nós foi, aos poucos, surgindo,
                    o  sorriso substituindo a carranca
                    e  a distância logo foi diminuindo.
                  Senti  que um beijo você queria,
                    abracei-a  e beijei-a uma vez mais,
                    você  aceitou e criamos a parceria
                    que  não consigo esquecer jamais.